A primeira coisa que posso dizer é que meu coração está pesado em, pela primeira vez, escrever sobre algo que não me agradou em nada: Iwa Kakeru! Sport Climbing Girls não chega nem a ser uma decepção, porque eu não esperava muita coisa.
Beleza, Helena, entendi. Mas dá para me explicar do que este anime trata? Pois é, caros (as) telespectadores do mundo otaku. Para os entendidos em inglês, o título basta. Sem rodeios, é autoexplicativo: são meninas bonitas fazendo escalada. E só. Eu poderia parar por aqui. No entanto, escrever poucas palavras não me garantiriam um bom texto.
- Gênero: Comédia, Escolar, Esporte
- Demografia: Indefinido
- Estúdio: Blade
- Fonte: Webmangá
- Episódios: 12
- Novos episódios: Domingos
- Página do anime na Cúpula e no (MAL)
O que há nos demais animes de esporte que falta em Iwa Kakeru?
Possivelmente, a caracterização de animes de esporte geraria uma grande discussão entre todos os amantes das obras nipônicas, que gerou até um podcast aqui da Cúpula. (Inclusive, se você nunca ouviu, pode chegar que a gente não discrimina ninguém. Nem quem gosta de Tate no Yuusha.)
Geralmente, bons animes de esporte são shonen. E são costumeiramente baseados naquela tríade que já conhecemos: esforço, amizade e vitória. Para você, só essas três características são suficientes para que o anime seja bom?
Iwa Kakeru traz estes três pontos. Assim como Haikyuu!!, muito amado pelos fãs de esporte. Igualmente, podemos citar Kuroko no Basket, aclamado quando saíra. Nos dois últimos, ainda que possamos verificar a existência da tríade shonen, ela é levada a outro nível. É aquele em que, animados, mal podemos segurar a ansiedade; balançamos as pernas, esperando pela vitória.
Anteriormente, falei: não posso falar que me decepcionei, porque nada esperava. De acordo com isso, falarei, talvez, a verdade mais dura aos fãs de animes de esporte: não é possível, jovem padawan, que seu anime de esporte seja feito de qualquer maneira.
A fim de suar com o protagonista, a direção precisa ser impecável. Igualmente se pode dizer da trilha sonora, que é a chave-mestra para o ápice: é, inevitavelmente, coordenar as batidas do próprio coração com as da música. Quando, por exemplo, o saltador olímpico puxa as mãos para cima e pede por palmas. Invariavelmente, todos começam a bater as mãos. Todos vibram, e suam, e torcem.
Iwa Kakeru me gerou apatia. Não consegui me conectar com nenhuma das personagens, e não me surpreendi. Tudo é muito plano, sem vida e sem emoção. Até mesmo a narração, que deveria auxiliar no entendimento de mundo dos personagens, não parece acrescentar em nada.
Há algo de bom em Iwa Kakeru, então?
Primeiramente, gostaria de relembrar que esta é uma análise dos três primeiros episódios. Nunca li o mangá, e, sinceramente, não pretendo. Logo, subentende-se que estamos avaliando o que vimos até o momento.
Ao primeiro episódio, nossa história gira em torno de Konomi Kasahara, uma estudante de primeiro ano do Ensino Médio.
Aparentemente, ela só havia se interessado por jogos até então, por sua capacidade analítica: uma verdadeira gamer. No primeiro episódio, ela se questiona sobre o clube no qual deveria entrar. Relutante, pensa em diversos, mas acredita que não se encaixa em nenhum. Magicamente, encontra o clube de escalada, e é desafiada por Jun Uehara.
Se há algo de bom nesse anime, se é que o posso assim dizer, é que todas as meninas têm designs diferentes. De certa maneira, consigo identificá-las. Diferentemente de Tamayomi, por exemplo, que passou em abril desse ano, visto que mesmo depois de todos os episódios ainda não conseguia dizer quem era a Tama e quem era a Yomi.
No nosso caso, todas têm cabelos de cores diferentes. Adicionado a isso, o formato dos olhos também é diferente. Vai me dizer que não é um ponto positivo?
Na verdade, é bem fácil identificar quem são as protagonistas no meio de um monte de personagem secundário.
Ao terceiro episódio, há uma mudança: nossa protagonista, ainda aprendendo a arte da escalada, encara uma grande rocha. Naturalmente, foi um desafio para ela. Também o foi para mim, que não conseguia manter meus olhos abertos.
Parece um anime de esporte normal para mim. Qual é o grande problema?
Elementar, meu caro Watson. Não tem nada de muito ruim em Iwa Kakeru, mas nada de igualmente bom. Vemos que algumas coisas são desagradáveis; outras, por sua vez, são suportáveis.
Por isso, apresento-lhes, senhoras e senhores, o famoso fanservice!
Nada contra bundas, mas NÃO tem necessidade. É o tempo inteirinho! Sinceramente, só faltava ter uma câmera agarrada na comissão traseira das personagens. Não que eu me impressione muito com isso, sabemos bem como isso funciona.
Ademais, já que a nossa querida protagonista gosta de jogos de encaixar peças e de fazer combinações, todas as vezes que ela consegue fazer alguma coisa, aparecem as bolinhas coloridas estranhas:
Talvez eu esteja sendo muito crítica, visto que não gostei da obra. Mas, sabe, as coisas realmente não se encaixam! Não é como se ela realmente levasse algo de jogos de computador e celular para o esporte. Parece meio forçado, algo realmente feito só para dar personalidade a uma protagonista completamente sem sal.
Conclusivamente, isso me irrita porque não permite que animes com personagens femininas em posições fortes tenham o devido reconhecimento, às vezes!
Sem contar que, por vezes, eles soltam alguns termos técnicos, mas não espere ver nada muito legal ou inovador.
Beleza, mas, TEM que ter alguma coisa de bom. A única coisa boa que deve ter acontecido nestes três episódios de vinte minutos que mais pareceram uma hora foi esta personagem:
Não ironicamente, ela deve ter tido somente cinco minutos de tela, mas já tem mais personalidade que as quatro protagonistas juntas. Seu nome é Chinari Iwamine e espero que ela apareça mais vezes! É claro, se eu resolver continuar o anime, o que é passível de não ocorrer.
Finalizando estas (tristes) primeiras impressões de Iwa Kakeru
Mais uma vez, eu desisto. Estou jogando a toalha a cada anime ruim de esporte que eu assisto, esperando por aquele que fará meu coração bater tão forte quanto Haikyuu. Não significa, contudo, que você não possa curtir o anime, caso você goste de ver meninas bonitas fazendo escalada.
Porém, eu não recomendo. Vá, pelo amor que você tem aos autores da Cúpula, assistir a outra coisa.
É possível que, inspirado pelo ritmo ragatanga, você faça exatamente o contrário do que estou te dizendo. Mas, atenção: este não é um teste de psicologia reversa.
Iwa Kakeru não tem drama familiar, bem como não é munido de nenhuma perspectiva profunda. Por enquanto, não há desenvolvimento do personagem enquanto pessoa. Atualmente, nossas personagens são planas e mal desenvolvidas. No entanto, para mim, o desenvolvimento pessoal é um dos fatores primordiais dos animes de esporte.
Aliado a isso, temos várias cenas estáticas. Sem falar, ainda, das precárias trilha sonora e direção.
Sem dúvidas, entendo que você possa estar desapontado(a) com a atual temporada de Haikyuu. Está tudo bem, vai passar. Mesmo com os problemas, ainda é uma obra-prima. Digo-lhe que não desista, sei que o resultado poderá ser bom.
Resumidamente, a esperança é a última que morre. Quanto ao anime sobre o qual escrevo, já não tenho tanta certeza. Com certeza, estarei chorando todas as minhas lágrimas de crocodilo, semanalmente, para acompanhar esse martírio.
Portanto, Iwa Kakeru fará você dormir. Recomendo a todos os insones de plantão!
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